Principais novidades do III Simpósio Queijos Artesanais do Brasil (Parte 1)

O III Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil, realizado nos dias 18 e 18 de maio de 2018, foi um sucesso e atingiu plenamente seus objetivos.

Dentre as principais novidades no primeiro dia (17/05) do Simpósio, podemos destacar:

1- Abertura do evento

A solenidade de abertura do evento, contou com a presença das seguintes autoridades/instituições:

  •  Amarildo José B. Kalil – Secretário adjunto da SEAPA-MG (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais).
  • Rodrigo Sant’Anna Alvim – Diretor-Secretário da FAEMG.
  • Afonso Maria Rocha – Diretor Superintendente SEBRAE-MG.
  • João Ricardo Albanez – Conselho Regional de Medicina Veterinária-MG.
Solenidade de abertura do III Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil em BH. Foto: FM.

Segundo o Sr. Rodrigo Sant’Anna da FAEMG, o queijo minas artesanal é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). Estima-se que a atividade de produção artesanal de queijos gera renda e emprego para mais de 30 mil famílias num universo superior a 600 municípios de Minas Gerais.

A produtora de queijo minas artesanal Marli Leite, do pequeno município de Sacramento, no Alto Paranaíba, recebeu o prêmio Super Ouro no Salão Mundial do Queijo, encerrado ontem em Tours, na França. Entre mais de 700 competidores de 20 países, 11 queijos produzidos em Minas Gerais foram premiados. A premiação na França foi recebida por Marli, que participou em junho 2017, de uma missão técnica promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), em parceria com a ONG SerTãoBras.

Em 2017, o Governo de Minas trouxe palestrantes da França, em 2018 vieram palestrantes de Portugal e em 2019 virão palestrantes da Itália. Todos os palestrantes estrangeiros virão para falar de seus queijos artesanais e trocar experiências com os produtores de queijos artesanais de Minas Gerais.

Além disso, a FAPEMIG autorizou recentemente um Edital no valor de aproximadamente 1 milhão de reais para financiar Projetos de Pesquisa sobre QMA. Confira no link abaixo:

http://www.fapemig.br/arquivos/site/chamadas/resultado/2017-08-queijo-artesanal-aprovados.pdf

Todas estas ações do Governo de Minas deram visibilidade aos queijos artesanais de Minas, finalizou Amarildo Kalil.

Atualmente, o estado de Minas Gerais produz 9 (nove) bilhões de litros de leite por ano, sendo que 6 (seis) bilhões de litros vão para indústria e o restante, ou seja, 3 (tres) bilhões de litros de leite vão para produção de queijos e outros produtos lácteos. Mas predominam os queijos artesanais.

Embora, conte com mais de 30 mil produtores de QMA, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão responsável pelo registro das Queijarias, contabiliza apenas 270 (duzentos e setenta) queijarias registradas em todo o estado de Minas Gerais.

2 – Palestras

A palestra do Bruno Cabral sobre “Diversidade dos Queijos Artesanais no Brasil” foi muito interessante, pois abordou diversos fatores que interferem na nova cultura do queijo brasileiro, como a História, Território, Tendências, Hábitos de Consumo, Gastronomia, Geografia, Comércio, Diversidade, Mídia e Internet, dentre outros.

Bruno Cabral – Mestre Queijeiro/SP. Foto: crédito Revista Menu

Em sua fala, Bruno destacou que “por traz dos queijos artesanais, existem as pessoas, ou seja, seres humanos que produzem os queijos”.  “Você conhece que produz determinado queijo”.  Segundo Bruno Cabral “o futuro dos queijos artesanais no Brasil é infinito. De grande futuro! O Brasil inteiro está inovando e criando coisas novas”.

Dentro de 10 anos, o Brasil dará um grande salto na produção e diversidade de queijos artesanais, até mesmo que alguns países tradicionais produtores de queijos artesanais da Europa, profetiza Cabral. Para sustentar esta visão de futuro, Bruno Cabral, citou o número de queijos inscritos nos últimos Prêmio Queijo Brasil (PQB). Em 2016, no I PQB foram 136 queijos inscritos, em 2016 foram 234 queijos e em 2017 foram 400 queijos.

A segunda palestra também muito interessante foi do Guilherme Vieira, proprietário da Roça Capital/MG, que falou sobre o “Papel do maturador de Queijos Artesanais: soluções e caminhos a percorrer”.

Guilherme Vieira – Roça Capital-MG. Foto: Fernando Mourão

Guilherme disse que “o maturador ou afinador de queijos é uma pessoa que envelhece ou afina o queijo. Muitos dizem que a cura ou maturação dos queijos em caves especiais é uma forma de encarecer o queijo”.

Ele ressaltou que o trabalho de maturação de queijo tem que ser feito “com seriedade e muito cuidado“. Segundo Guilherme Vieira “Queijo Bom é aquele que vende!” A cura exige muito trabalho, cuidado e seriedade.  A cura de queijo não se improvisa, afirmou Guilherme, que trabalha com maturação QMA. Finalizando, o palestrante ressaltou da importância da parceria entre o produtor de queijo artesanal e o comerciante que alcança os clientes. A União faz a força! Destacou a importância da Conservação do produto (armazenamento) do transporte adequado e da criação de Centro de Ensino para produtores e clientes de queijos artesanais.

3- Depoimentos – Causos do Queijo

O primeiro depoimento foi da produtora Neuza Alves Pimenta, mais conhecida como dona Neuza. Ela tem 84 anos e desde menina que produz queijo artesanal do Serro-MG.  Ela representa a quinta geração na produção de queijo. Muito emocionada, dona Neuza disse que gostaria de aproveitar a oportunidade para “falar de coisas antigas”. E começou falando do coalho extraído do estomago de boi, antigamente. Os queijos frescos eram colocados em “exposição em tábuas suspensas com tiras de couro de boi com sebo. Resumindo, dona Neuza mencionou várias receitas antigas para combater a Aftose, mastite e outras doenças no gado. E todas davam resultados.

Dona Neuza (vermelho), Guilherme Vieira, Danilo (Mediador) e Bruno Cabral (Boné). Foto: Fernando Mourão.

Em síntese, o primeiro dia do Simpósio deu muito destaque aos queijos artesanais de Minas Gerais, que sem dúvidas são os mais conhecidos e renomados no Brasil e no mundo, devido as inúmeras ações dos órgãos públicos e governamentais envolvidos com a Defesa e Valorização do Queijo Minas Artesanal.

Daremos continuidade com a Parte 2 do evento. Obrigado pela sua atenção!

 

 

 

 

 

 

 

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