A crise do coronavírus vai influenciar na demanda de produtos lácteos?

Quem responde a esta importante pergunta é Roberto Denuzzo, Diretor da RDC Consultoria, executivo experiente no setor de alimentos, com mais de 25 anos de experiência.

Foto crédito: CBS7

Primeiramente, como estamos em uma semana de muitas notícias a toda hora, faço questão de registrar que escrevo às 15 horas do dia 13/03, quando o Brasil está se preparando para a fase mais aguda da crise do coronavírus, com inúmeras medidas para tentar reduzir o contágio, como cancelamento de eventos, estimulo ao home office, lavagem das mãos, dentre outras. E tudo isso pode afetar o consumo de lácteos? Bem, é um grande exercício de “futurologia”, mas tem algumas previsões mais prováveis, visto que, certamente, o consumidor ficará mais  tempo em casa:

Forte crescimento do consumo nos lares, com redução no consumo em restaurantes e fora de casa em geral: com a restrição dos deslocamentos e concentrações de pessoas, esta semana já foi possível notar restaurantes mais vazios – este consumo vai certamente se deslocar para os lares.
Nos lares, teremos dois aumentos – dos serviços de delivery, aonde o último final de semana já demonstrou grande crescimento, e da compra especulativa para estoques, como aconteceu na Itália, por exemplo. Logo, produtos secos como leite UHT e leite em pó podem se beneficiar desta antecipação de compras por parte do consumidor;

– Destaque particular para o novo segmento das “Dark Kitchens”, que por meio de aplicativos de entrega, tem tido crescimento exponencial;

– Outros segmentos que devem reduzir consumo drasticamente:

Catering – tanto aéreo como para grandes embarcações;

Eventos – fornecimento de alimentos para estádios, festas, shows, rodeio, dentre outros.

Lojas de conveniência – com o menor fluxo de pessoas, lojas de passagem devem sofrer com fortes reduções;

Shoppings e praças de alimentação – para evitar concentrações, estes locais devem perder frequência, o que é bastante preocupante para estes operadores. A maioria dos Shoppings no Brasil reduziram o horário de funcionamente: 12:00 as 20:00 horas.

Foto crédito: Folha Vitória

Desta forma, acredito que todas as empresas devem estar refazendo suas estratégias para este novo cenário, buscando reduzir seus riscos em alocar produtos em canais que terão grandes perdas em detrimento de outros que podem ter maior demanda. Certamente, quem conseguir ler melhor as mudanças de mercado, pode se beneficiar da crise.

Neste momento de crise mundial de origem biológica, requer muita paciência, resiliência e sapiência para sobrevivência de sua empresa.  O momento é muito difícil e complicado, mas sabemos que é passageiro. Abraços e vamos em frente!

Fonte: MilkPoint.

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