História do Queijo Coalho

O queijo Coalho ou “queijo de coalho” é um produto lácteo genuinamente nordestino e representa a cultura, história e gastronomia da região Nordeste há mais de 400 anos. Veja a seguir, a História do queijo Coalho do Nordeste do Brasil.

No início da colonização portuguesa na América, os índios foram utilizados como “mão de obra escrava“, uma vez que não se dispunha de contingente necessário para a exploração das novas terras. Esses povos não estavam habituados à realização do trabalho forçado e ofereceram resistência aos colonizadores que imaginavam ser a solução para o problema a dizimação de todos aqueles que não se submetiam a esse tipo de trabalho. Contudo, a escravidão indígena não cessaria aí, apesar do argumento ideologizado. Por outro lado, os indígenas  foram  vistos em algumas áreas do território denominado Brasil, como responsáveis pelo desenvolvimento de atividades ligadas
à economia de ordem mais pragmática, ou seja, eles foram os responsáveis pela coleta das drogas do Sertão, utilizadas para fins medicinais. Neste contexto, o colonizador português Gabriel Soares de Souza comentava que os indígenas faziam curas notáveis de muitas doenças, utilizando pastas à base de ervas.

Portugal e suas colônias na América . Foto: Internet

A chegada do gado no Brasil

Segundo o advogado, jornalista e historiador Francisco Augusto Pereira da Costa em sua obra de 10 volumes, conhecida como Anais de Pernambucanos (1740-1794, vol. I, p. 258-259), descreve que o gado vacum e a fabricação de queijo já estavam presentes na Capitania de Pernambuco em meados do século XVI. Ainda se referindo ao jesuíta português Manuel da Nóbrega (1517-1570), chefe da primeira missão jesuíta à América, afirma que em 1551, já havia presença de bois, vacas, ovelhas, cabras e galinhas, subentendendo que essa informação se passava em Pernambuco.

Anais Pernambucanos Foto: Livro citado fonte

Segundo o historiador e cronista português, Pêro de Magalhães Gândavo (1540 – 1580), mostra que em 1570 já havia grande copia de gado trazido do Cabo Verde em todas  Capitanias Hereditárias, incluindo a de Pernambuco.

Analisando as escritas de Gabriel Soares de Sousa (1540 – 1591), comprovam que no ano de  1578, já havia sido introduzido na colonia pernambucana a criação de gado vacum, e que a mesma era então já tão próspera que permitia a sua exportação para a Capitania da Bahia.

Tropa de gado Foto: Internet

Em 1582, sobre as missões em Pernambuco, realizada por Fernão Cardim (1549 – 1625) também jesuíta português, relata que a capitania pernambucana era terra de muita criação de vacas……. e que as suas fazendas eram maiores e mais ricas que as da Bahia…..

Entretanto, quando se fala da fabricação de queijo, foi por meio do Inglês Robert Southey* (1774 – 1843), quando tratando do estado de desenvolvimento da colônia pernambucana, ele afirma que já no ano de 1581 se fabricava queijo em Pernambuco, sendo portanto, esta a primeira citação de fabricação de queijo no Brasil conhecida até hoje.

Robert Southey. Aquarela e guache em marfim, por Edward Nash (1820).

*Especializou-se em História de Portugal e do Brasil, provavelmente era possuidor da melhor coleção de livros espanhóis e documentos originais sobre Portugal e América do sul em toda a Inglaterra.

Em síntese, “O gado vacum, trazido de Cabo Verde, multiplicava prodigiosamente; fabricava-se manteiga e queijo, e do leite se fazia o mesmo uso que na mãe pátria pouco influindo nisso o clima.”

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